Para quê mudar?
Para quê mudar?
Para quê mudar o destino se ele tem a sua misteriosa e inefável vontade?
Tudo o que é está bem no seu devido espaço de preciosa felicidade
E se ela é efémera e vive apenas do aprazível abraço do momento
Para quê mudar o curso inevitável do que está em movimento?
Não mudo nada, nem dou um passo porque tudo naturalmente muda
Hoje a lua é clara amanhã nem a vejo nitidamente de tão escura
Para quê um beijo numa onda de mar se ela até respira espuma?
E se esvai por entre os dedos como orvalho que suspira bruma
E aquela chuva de lágrimas de um céu cinzento e triste
Um dia seca num arco-íris para um sol que sempre existe
Para quê mudar se a própria vida de repente nos oferece a mudança?
Ontem foi a tempestade que amanhã abranda na numa doce bonança
Para quê mudar o que está na linha da palma da nossa mão?
Apenas deixo a alma guardar os sonhos dentro do meu coração!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal