Nas curvas lentas de um corpo

Nas curvas lentas de um corpo

Nas curvas lentas de um longo corpo esguio

Em pose desnuda num véu cansado pelo calor do Estio

Resta uma alma que se escuda numa geometria

Deitada numa tela confusa de tinta e fantasia

Cada pincel que lhe toca tem a delicadeza de uma papoila

Numa destreza de mão que na inspiração não vacila

Uma mistura de aromas num perfume que se desfolha

Uma visão pura em flor que desabrocha quando se olha

E aquela cor rubra tão minha que só de ver aquece e inibria

Dá vida à moldura que até quebra a sua esquadria

Um tom quente luxuriante que dá asas à linha da imaginação

Como borboleta esvoaçante num ambiente de florida perdição

E eu mulher flor que sou flor mulher também

Posso até ser prazer de amor mesmo ali não sendo ninguém

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 31/08/2023
Código do texto: T7874681
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