Rock n Roll

Aos quatorze anos comecei a ouvir rock n roll

E ao som desse ritmo questionei os moralismos

Da pequena cidade goiana que morava.

Aprendi a ser pedra rolante que não cria limbo,

A vivenciar que rock é liberdade.

Floydianamente comecei a brilhar como louco

Diamante no lapidar de autenticidade

Entre pessoas insossas e passivos cordeiros.

Na psicodelia dos Mutantes fiz a subversão

Dos ditos bons costumes e aprendi que

Se os outros tem três carros, eu posso voar.

Com os Beatles entendi que a felicidade é arma

Quente e transgressora de ambientes opressores.

Observando as cabeças dinossauros questionei

Como poderosos Titãs as estruturas de poder.

Entendi que os marginalizados, os alagados

Na miséria deveriam ser ouvidos,

Como cantam os Paralamas do Sucesso.

E num coro de uma Legião Urbana questionar: que país é esse? Que desigualdade é essa?

Seja um negro, um albino ou quem é taxado de mosquito,

Todos devem buscar liberdade, ir além do

Conformismo coletivo, do mero cheiro adolescente,

Não ser como os outros, fingir ignorância,

Mas encontrar o próprio Nirvana.

Enquanto os gados humanos, no campo,

Procuram obedecer cegamente seu dono,

Somos quem podemos ser, viajando na infinita

Estrada da vida como os Engenheiros do Hawaii.

E quando disserem que estou resignado,

De forma rebelde, como o Sabbath,

Dar um paranoico grito contra a desordem

Dos homens imersos na guerra dos porcos.

Sou Alice acorrentada nas perdições,

Tateando o sombrio mundo,

Tentando quebrar as algemas que me

Tornou um homem preso em caixa de concreto.

Quebrando normas, convenções sociais,

Desejo expulsar o sol do buraco negro cantado

Pelo Soundgarden, viver em autenticidade.

Dennis de Oliveira Santos
Enviado por Dennis de Oliveira Santos em 30/08/2023
Reeditado em 30/08/2023
Código do texto: T7873966
Classificação de conteúdo: seguro