MÃE, TOTALMENTE MÃE

Peco por tentar definir o que não se define.

Afinal, como escrever algo que se sente,

se não se sabe definir o que se está sentindo?

Seu olhar de ternura e bravura

hoje corta minh’alma;

faz-me menino mesmo em velhice que só eu vejo!

Bem aqui,

rememorando as outrora palavras duras que hoje soam doce.

Que amargo doce!

Ah, mãe! Ser inigualável.

Não sei se é substantivo ou adjetivo;

se hipérbole do amor.

Que tu és, é; mas o que és tu?

Socraticamente digo que só sei que nada sei.

Por não saber, observo: eu admiro, vejo!

Até quando não ouço,

dentro de mim eu lhe escuto.

Em cada respiro seu,

saiba que vai um pedaço de mim.

A cada lágrima do rio de seus olhos,

sou afluente que também chora.

Minha parte maior,

fonte da vida.

Fonte d'água que vem e me conforta;

arrefece a minha dor, mesmo que não saibas que dói.

Sussurro bendizeres ao vento,

na esperança tola, de só,

somente só, admirar teus olhos a sorrir.

A saudade é de quem sente;

somente só, somente e só,

a mesma que hoje fico a sentir.

Um milagre ambulante.

Mãe, palavra tão pequena que traduz o que sinto por ti;

o que vem e me estremece;

o que nunca senti antes.

O que não consigo descrever,

e em outra palavra não cabe: Mãe.

Simon Lima
Enviado por Simon Lima em 29/08/2023
Código do texto: T7873347
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