Um Sonho nas Sombras
Nas brumas do repouso, adentrei o sonho,
Onde antigo casarão erguia-se em seu tom sombrio.
Em cantos ocultos, olhos ancestrais fitavam-me,
Das paredes espreitavam, silenciosos, frios.
A senhora de vestido, figura enigmática,
Chamava-me em sussurros, do passado distante.
Convite à dança de sombras e desolação,
Para adentrar o casarão, lá no além constante.
Setealém, a terra além da realidade conhecida,
Onde a vida e a morte entrelaçam-se em dança.
A escuridão abraça, segredos são compartilhados,
Nesse encontro sombrio, em busca de esperança.
Desvendei os segredos, decifrei os murmúrios,
No casarão antigo, habitado por lembranças.
As pessoas, os olhares, a senhora em vestes grises,
Todos buscavam paz, libertação das lanças.
Na dança das sombras, encontrei a verdade,
A linha entre os mundos tênue se desfaz.
A senhora de vestido, guia do desconhecido,
Conduziu-me à transcendência, onde tudo se refaz.
Nas brumas do sonho, na escuridão profunda,
No casarão de mistérios, em Setealém refulgente,
Encontrei o fim e um novo começo, entrelaçados,
No ciclo eterno da vida, da morte, sempre presente.