NÃO ANDO SÓ
Eu não ando só, nunca estou sozinho
Tenho sons e luzes, enfeitando a trilha
Tenho cheiros e cores, nessa alma andarilha
E apesar dos entraves, sigo o sol do caminho
Vez e quando, sinto um afago, uma carícia
Um sopro de tempo, um atalho de espaço
Uma onda de luz, onde sempre me refaço
Um abraço de esperança, um lufar de delícia
Vez em quando, antecipo uma ação
Noutras vezes, atraso o meu passo
Involuntários pesos, volume e compasso
Que chegam e saem, me lapidando a inspiração
E por não ter medos, nem temores vazios
Por sair sempre ileso, nesse chão de tristeza
Terei sempre comigo uma certeza
Eu não ando só, nunca estou sozinho.