Capoeira, a Razão
Minha sentença é verdadeira,
E por ela bato meu pé no chão
E na capoeira brasileira,
Eu luta pela nação...
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Então chamo meu orixá para luta,
Combatente e destemido guerreiro
Que tem uma valorosa conduta,
De um caboclo brasileiro...
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Odôya! Camará,
Paraná ê,
Paraná ê Paraná...
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Nossa nação se veste branco,
Lutando pela paz de viver
E vem chegando pelo flanco
Tão rápido que não pode ver...
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Dando cambalhotas como o vento,
Um absinto negro da escuridão
A capoeira é o próprio advento,
De quem luta com a razão...
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Êpa hey oya! Camará,
Paraná ê,
Paraná ê Paraná...
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Ouça o que eu vou dizer agora,
Mas preste muita atenção,
Vou variar na regional, e na angola,
Fazendo soar o berimbau na mão...
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Pois sobrevivi ao navio negreiro,
Como a semente que germinou
Queimando sobre a brasa do fogareiro,
E como cinzas pelo mundo se esparramou...
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Patacori Ogum! Camará,
Paraná ê,
Paraná ê Paraná...
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Quando vim da África, eu já sabia,
Que era abençoado o chão que beijei
É a terra da minha alforria,
Com capoeira por ela lutei...
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O berimbau está me chamando,
Para dar Rabo de arraia na escuridão
Bênção meu pai, eu sigo rodando,
Pois no tempo eu vou dar um Esporão...
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Êpa Babá! Camará,
Paraná ê,
Paraná ê Paraná...
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O vento está levando as folhas secas,
Mas as folhas verdes, não leva não
Mantenha a fé na sua cabeça,
Mantendo o Martelo de chão...
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Oxalá, minha cabaça, arame, pedaço de pau,
Com o som do Amazonas, Iuna e São Bento
Com atabaque, pandeiro e berimbau
Maculelê, vai sacudir seu abadá ao vento...
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Caô Cabecilê! Camará,
Paraná ê,
Paraná ê Paraná...