SEM TÍTULO
Tem um duende dentro do meu sonho!
Um pote de ouro
um papel e uma caneta – rabiscos?!
Não sei...
Insone ele caminha
feito aranha tecendo sua teia.
Tem um duende dentro do meu sonho
com sua barba longa
e seu olhar de poucas léguas
a querer-me e perder-me em breve espaço.
Tem uma voz gritando poemas
quem sabe, o duende ou apenas o vento na fresta da janela?
– Lorca sorri, entre um gole de absinto e banho de água fria.
Meu sonho continua e o matraquear das artérias
vai levando a poesia através de mim.
imagem: Chalé do Inglês
Aquarela sobre papel Montval