O TEMPO
O TEMPO
O tempo não para
Eu parado no tempo
No quarto um livro
Num criado-mudo
Como eu
Memoriando outros tempos
De ares brisas ventanias
Leitura ao mesmo tempo
Cheia e vazia
De fatos sem fotos
Flashes que espocam
De tempos que não voltam
Mas ainda cheios de vida
Claros como dia
Guardados a sei lá quantas chaves
As vezes do céu
Outras do inferno
Abrindo futuros dos pretéritos
Deixando prá lá futuros do presente
A mente não mente
Tudo se foi ficou um ausente
Que teima em respirar novos tempos
Deslocados dos tempos idos
Para si sem muito sentido
Afinal o fim dos tempos
Aproxima-se sem trégua
Logo será o passar a régua
E como valeu a pena
Tal qual a pena que ora escreve
Sem tinta sem calo nas mãos
Apenas dedos com anéis
Que por aqui anda ficarão
Em outras mãos
Ou perdidos numa caixa de jóias
De outras mãos