Cerca elétrica LIVRO
Parei tudo que estava fazendo,
Peguei a velha bicicleta,
Para dar uma volta no loteamento
Da antiga Fazenda das Melancias.
Fizeram uma destruição lá:
Derrubaram e quebraram,
Mais do que precisavam,
Abrindo muitas estradas.
Destruindo muitos coqueiros,
E muitas árvores cortadas,
Principalmente os pés de goiaba,
No fundo dos currais de leite.
A antiga casa principal
Virou pousada de turistas.
Subindo pela estrada acima,
Uma moita de bambu,
Na beira da cerca.
Alguns bambus cortados e outros quebrados.
Parei para tirar uma foto,
Debaixo do pé de jenipapo.
Com a bicicleta parada,
Olhei para todos os cantos.
Alguns pés de ipê e coqueiros,
Por sorte, não foram cortados.
Acabei tirando mais fotos.
Vai ser tudo bem guardado!
Na beira do loteamento,
Cerca de arame liso bem esticado.
Do outro lado uma estradinha.
Uma tronqueira trancada
Para nenhum animal sair
daquele pasto fechado.
Para tirar fotos da velha estrada,
A cerca eu teria que atravessar.
Calçado de chinelo e de bermuda,
Na cerca já fui me abaixando.
Não sabia do perigo.
O que tinha pela frente.
Abaixando o arame com a mão,
Fiquei todo arrepiado
Com o baita choque que tomei,
Na cerca fiquei agarrado.
Com jeito, saí do outro lado,
Muito confuso fiquei parado.
Já pensando de que jeito ia voltar.
Deitado na Terra vermelha,
Rosto na terra,
saí de lá avermelhado.
Na beira dessa cerca,
Nunca mais quero passar.