Quem sou
Sou brasileiro e não preciso pedir anistia
Quando vou ao mercado
Sei o que é carestia
Vem de longe a exploração
Fazendo vida à dinastia
Quando falo do Brasil
Lembro da África
Trouxe muita gente
Dizendo que é preciso ser diligente
Trabalhar e levantar a fabrica
Pessoas foram sequestradas
Trazidas para outro continente
Desprezando a compaixão
Enriquecendo traficantes e muito senhor de engenho!
Todos os domingos com a família
No banco da frente assistia
O sacerdote enviado de Portugal
Palestrava como um maioral
No envelope o dízimo era fenomenal
Comprava o perdão do pecado
De um nobre cidadão
Só pensava no seu quinhão
Me desculpe amigão
Fui pensando e escrevendo
Com você vou crescendo.
Um poeta malicioso
Com o próximo sei que é cuidadoso
Nosso mundo é a poesia
Também manifesto em outra freguesia.
J Hilton