O tempo me assusta
O tempo passa afobado, atropelando os meus dias.
passando vagaroso quando o quero apressurado,
correndo prepotente, esfomeado, se o quero arrastado.
Impiedoso, o tempo disputa com o vento
os impalpáveis ponteiros do vencimento
do relógio que marca a existência.
Disparado passa o tempo, incorrigível.
Desleal, quer redigir o desfecho intransferível
E sobre mim, o tempo quer redigir seu epilogo.
Maria Umbelina Marçal Gadelha
Do meu livro Alma terna flutuante. p. 57