Soneto do amor aguardado
Soneto do amor aguardado
Vem tocar os meus lábios de seda Primaveris
Ateia a labareda com os teus de contornos subtis
Passeia o desejo que incendeia num calor aprisionado
Com um beijo vagaroso de amor à muito esperado
Afaga a minha pele macia com a ternura dos lábios rubros enamorados
Sente a doçura do mel que escorrega dos sonhos acordados
Leva a textura do meu beijo adormecido numa aliança
Para o leito tórrido e caloroso do teu peito em segurança
Fica em mim aconchegado nas noites dos lençóis enrugados
Num silencioso olhar com o brilho inocente dos pecados
Num abraço vigoroso de um amor a desabrochar da semente sossegada
E o ambiente vigia o nosso beijo por entre a poeira dourada
Da luz quente da alegria que acorda com as madrugadas estonteantes
E nos invade as alvoradas cansadas com o feitiço dos amantes
Luísa Rafael
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Porto, Portugal