INÉRCIA
Coração endurecido,
em longos prados sucessivos
Na fadiga do amanhã,
elevo meu pensamento
sentindo o mistério do meu canto
Prodígio imenso de espanto
Projeto-me num exaustivo tempo
O mistério do meu sentir
jaz perdido de encanto
Ando a vagar em noites intensas
Navego pelas memórias,
em meio a suspiros de exílios
Embrulhos de mistérios
Me vejo em pequenas sombras
Sob as dobras do tempo,
figuras inocentes, vis, atrozes
andam pela fagulha do vento.