Meu espelho de alma
Meu espelho de alma
Às vezes espelhos são raiares de alvoradas
Espreitam com vagares as almas de portas fechadas
Abrem fechaduras destes lugares com as chaves do olhar
Ou quem sabe com ternuras suaves até basta lhes tocar
Dão-me silêncios dourados de introspecção e luz
Uma forma de entrar por onde o coração me conduz
Não há espaços vazios apenas a simplicidade e leveza do ser
Nem muros sombrios nesta casa que habita o meu viver
Ali vive um paraíso de tranquilidade que me embala
Um sorriso de felicidade numa voz que se cala
Uma inocência angelical sem sexo nem idade
Um ambiente floral com o perfume da perpetuidade
Ali a essência pura do meu eu profundo para mim se revela
Uma transparência nua que respiro quando abro ao mundo uma janela
Luísa Rafael
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Porto, Portugal