FRAGMENTOS.
Miro nesta tarde o telhado da noite
Que de algum lugar renasce.
Procuro a estrela que evadiu
Das minhas noites.
Um pássaro voa rasteiro
Outros trinam muito além.
Espero o mistério oculto da vida
Desenrolar os meus sentidos.
Planejo na noite suportar o silêncio
Que atravessa as cortinas.
Me refaço , enquanto o sol se desfaz
E uma brisa arrasta a noite.
Outro pássaro canta sonolento
Coça pela última vez as inquietudes.
Uma estrela aponta no céu semi turvo
E atreve a encerrar o meu dia.
Debruço sobre o lusco-fusco
E aquieto meus desatinos.
Tento desconectar de mim
Mas uma cigarra encerra o dia.
Seu canto autêntico me introduz
De novo na transição do mistério.
Invado minha insignificância
E começo a ter olhos para o que o universo pariu.
Estou agora invisível e cabisbaixo
Enquanto o céu salpica de estrelas.
Alimento os uivos da noite
Enquanto minha estrela brilha distante.