dos tempos idos

Ao crepúsculo, persiste o dia com seu véu tênue,

Na margem do escuro, ela chama pelo meu nome,

Vulva em júbilo, seios, o leite velado

Que me nutre, quando o tempo afaga a memória:

A úlcera de sangue e desejo cobriu o leito,

O jorro fluiu como memória guardada,

Amei, e o que mais ganhei foi espaço

Para receber a febre que nos incendeia,

Suas pernas, o beijo transgressor, a língua

Umedecida sussurrando aos ouvidos,

Nossa cidade nos acolhendo da catástrofe,

Os arranha-céus lançando sombras

Conforme o sol os toca, então surge o rosto dela,

Corpo de silêncio, músculos espirituais,

Boca onde dentes leais mordiam minha tristeza,

Amei, amei desamando, apesar disso,

O beijo foi concedido, seu corpo foi gravado

Na memória minha, seu sexo diáfano,

Imerso em mel e poesia,

Bebi e me curei do mundo.

Um dia, o sol claro na temperatura dos amantes,

Anunciou: É hora de incendiar a caverna

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Chega a noite e o dia ainda traz seu véu sutil,

No limiar da escuridão, ela evoca o meu nome,

Vulva contente, seios, o leite nebuloso

Que me nutre, quando o tempo roça a memória:

A pústula de sangue e desejo cobriu a cama,

O jorro fluiu como lembrança preservada,

Amei, e o que mais ganhei foi espaço

Para acolher a febre que nos incendeia,

Suas pernas, o beijo delinquente, a língua

Umedecida sussurrando pelos ouvidos,

A cidade nos abrigando da catástrofe,

Os edifícios gigantes projetando sombras

Conforme o sol que os toca, então surge o rosto dela,

Corpo de silêncio, músculos espirituais,

Boca onde dentes sinceros mordiam minha tristeza,

Amei, amei desamando, no entanto,

O beijo foi outorgado, seu corpo foi impresso

Em minha memória, seu sexo diáfano,

Imerso num vaso de mel e poesia,

Bebi o seu corpo e fui curado do mundo.

Um dia, o sol claro na temperatura dos amantes,

Nos informou: É hora de incendiar as cavernas