sepultamento

Sob o véu enigmático de luz e caramelo,

Verdades se entrelaçam, lâminas de sombra,

No tempo imemorial, paira acima da platibanda,

E aqueles que ousaram adentrar o bosque salino, se perdem.

A busca insaciável pela porta, onde a entrada é testa,

Da criatura mítica alada de tempos distantes, vagueiam sem rumo,

Enredados nas teias do destino, nos abismos,

E o segredo sepultado, um fio de perda, corações ardentes.

Os que compartilham com reis, esposas, amantes,

Aqueles na penumbra, implorando alento no abismo,

O filho do homem com cajado, trajando efêmeras vestes,

Empurra a pedra e sussurra palavras, como ecos ao vento.

Entre as árvores, serpentes colossais, enigma sinistro,

Gemidos, lamentos, depois, o silêncio do desastre, o céu toca a terra,

Estrelas incandescentes, feitas de chamas, calor nas sombras da noite,

Para os que ignoram o estrondo das montanhas, a mulher se desnuda, pura e ameaçadora.

Lâmpada de certezas, ela revela os seios a um povo ávido,

Como um augúrio de tempos etéreos, o leite espectral flui pela abertura,

Uma memória sombria, morna, branca, mágica, portas ocultas aguardam,

Dragões atendem à convocação, crianças brincam na trilha do mistério, ignorando o destino inescapável.

E nesse ballet de sombras, a verdade permanece oculta, à espreita

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 20/08/2023
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