Um dia

Um dia

Um dia esqueci os braços ao vento suave

Deixei-os assim leves e soltos em liberdade

Dei-lhes a plumagem das asas de uma ave

Pedi à ventania uma viagem pela minha fragilidade

Um dia não tive medo da queda inevitável

Achei que na incapacidade a brisa era afável

Enchi-me da coragem que não tinha

Como se não soubesse o que na vida se adivinha

Um dia quis ser pássaro para ver o mundo de cima

Perceber pela distância as veredas onde cada um caminha

Olhar por entre as sedas das nuvens brancas caladas

Acordar em harmonia com o raiar das alvoradas

Um dia fui poeta e voei em poesia tocando o céu

Vivi a fantasia num mundo que só eu sei tão meu

Hoje contínuo num voo de alma serena

Num céu que recrio com a magia de um poema

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 19/08/2023
Código do texto: T7865072
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