DESTRONADO
DESTRONADO
Súbito um destronar
De tudo que se acredita
A modernidade a apagar
Aquilo que julgava certo
Aflora a desdita
Ainda bem que o final acerto
Está cada vez mais ali
De per si
Apenas o refluxo
O rio já não tem fluxo
Águas paradas moem
O que resta de si
Trazem à tona
Lembranças inúteis
No circo da lona
Apenas ciclos fúteis
Que pareciam úteis
Mas mostram-se inúteis
Nesta etapa descendente
De pouca gente
A orbitar o presente
Um monte de reprimendas
Exacerbada de lendas
Que não morrem
Hibernam em profusão
Milhares de aleivosias
Que matam o coração
Vivendo de teimosias
Que teimam respiração
Embora sonhe com o desfecho
Que traz como apetrecho
O fim da ilusão