Há amores
Há amores
Que são apenas
Linhas
Dos poemas
São tão leves
E voláteis
Que se enroscam
Nas letras
Amenas
Fáceis
E por lá ficam
Não têm alma
São vazios
Ecos perdidos
Em livros
Sons
Que se acomodam
Nos ouvidos
Delírios
De poetas
Colirios
Para quem
Os lê
E os toca
Nos sentidos
Em pulsação
Há amores
Que nunca
Poderão
Ser vestidos
Para o coração
Talvez
Demasiado
Estreitos
E apertados
Sufocados
Pela própria
Imperfeição
São de uma
Nudez
Estéril
Imaturos
Modelos
Adormecidos
Que ainda
Não o são
Simplesmente
Oferecem
Uma lição
Ou até uma visão
Para os futuros
Que esses sim
Puros
E reais
Um dia
Sem mais
Virão!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal