Empresta o teu amor
Empresta
O teu amor
Para os meus
Poemas
O que te resta
Apenas
O outro tanto
Fica com ele
No teu recanto
Dos dias
Que enganas
Entre alegrias
Desertas
E feridas
Abertas
Em solidão
Empresta
Aquele lado
Bom
Da ilusão
E ainda que não
Permitas
As fantasias
Que suscitas
O pecado
Em imaginação
Elas são tão minhas
E puras
Em linhas
Estreitas
De poesias
Que não te pertencem
Não são tuas
Nem te reconheças
Nelas
Não as peças
Nem em confissão
São misturas
Perfeitas
Dos pensamentos
Com as ilusões
De essências
Com ausências
Filhas
Dos silêncios
Em leitos
De sentimentos
E que aqui estão
E ainda que não
O emprestes
Quer queiras
Quer não
Serão versos
Em sublimação!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal