vida virgem
Como flecha alada, cortando o espaço,
Efêmera gota, a vida dança nas
Miudezas, que desenquadram-se,
Do olhar, criando algo no vórtice do vazio.
É como um amor inconcluso,
Uma flor que perdeu pétalas e murchara,
Pois tudo desamado é minério bruto,
Tudo que é oferecido diretamente perde as
Asas da sublimidade, quando amei um
Seixo, o vi e ouvi em diálogo com a areia,
Sua silhueta sereia, peixe, mulher,
Peixe feitiço, fabulosa maravilha,
Mágica, diáfana, de lábios
De verão, como dor que traz na primavera,
Sim, a beleza dói, é a correnteza do tempo
Nas gargantas do esquecimento,
O que se esquece, não se nota,
Não preenche o espaço que é seu,
Pois o amor o criou, um laço de prata,
Flor fresca, orvalho: imagem nua
Panorâmica, afeto que tece,
Que sem ele, o coração não se sacia.
Amei uma pedra pois já a amava,
E descobri que as montanhas tinham
Veias, as árvores artérias, jorrando
Seiva por todo o corpo, o céu não
Está distante, nem a terra está longe,
No fundo, sem esforço ou resistência, a vida
É virgem eterna, sua vertigem é um mistério.
Não como flecha, mas como o ar que respiramos,
Efêmera gota, e a vida se entrelaça nas
Pequenas coisas, que desencaixadas
Do olhar, são algo, na confluência do vazio.
É mais como um amor inacabado,
Uma flor que perdeu pétalas ou murchou,
Pois tudo que não é amado é apenas mineral,
Tudo que é dado diretamente perde as
Asas do sublime, quando eu amava uma
Pedra, vi e ouvi ela falando com a areia,
Uma silhueta que lembrava sereia, peixe
E mulher, peixe encantado, fábula
enternecida, diáfana, com lábios
De verão, como a dor que traz consigo a primavera,
Sim, a beleza dói, pois o tempo é sua correnteza
Junto aos desfiladeiros do esquecimento,
O que é esquecido não é percebido,
Não preenche seu lugar que é seu,
Pois o amor assim lhe deu, um laço de prata,
Flor fresca, orvalho: uma fotografia natural
Panorâmica, afeição que costura,
Que sem ela, o coração não se satisfaz.
Amei uma pedra porque já amava,
Então soube que as montanhas tinham
Veias e as artérias das árvores corriam
Seiva por todo o seu corpo, o céu não
Está distante, nem a terra está próxima,
No fundo, sem força ou esforço, a vida
É sempre virgem e ela é menos palavra
e mais vertigem, é
Não como dardo, como atmosfera,
Efêmera gota, e a vida se põe nas
Pequenas coisas, que desenquadrada
Do olhar, coisa sim, na confluência do nada
É mais como um amor incompleto
Que flor perdeu a pétala ou murchou,
Pois tudo que não é amado é apenas minério
Tudo que direto é dado perde as
Asas do egrégio, quando amava uma
Pedra, vi como ouvi ela falando com a areia
Um silhueta que lembrava sereia, peixe
E mulher, peixe encantado fábula
enternecida, diáfana, com lábios
De verão, como a dor que traz junto a primavera,
Sim, a beleza, dói, pois o tempo é sua corredeira
Junto aos desfiladeiro do esquecimento,
o que é esquecido não é percebido
não preenche seu lugar que é seu,
pois o amor assim lhe deu, liga de prata,
flor fresca, orvalho: natural fotografia
panorâmica, afeição que emenda,
que sem ela, o coração não se contenta.
Amei uma pedra porque já amava,
Então soube que as montanhas tinha
Veias e as artérias das árvores corriam
Seiva pelo seu corpo inteiro, o céu não
Está distante, nem a terra está perto,
No fundo, sem força ou esforço, a vida
É sempre virgem e sua vertigem é mais mistério