O QUE PROCURAS?
Francisco de Paula Melo Aguiar
E não achas criatura.
Tua cruz de isopor.
De ferro na temperatura.
Ou de madeira em ardor.
Tudo escuro criatura.
Em vosso íntimo passo.
No horizonte da desventura.
Na correnteza do descompasso.
Tudo escuro no teu olhar.
Sobre a visão de mundo.
Longe de enxergar.
O crédito sem fundo.
O teu verbo diário é escuro.
Carente de nutrição.
Cheio de palavrão e apuro.
Força geradora de confusão.