Órbita
Quando desperto/
Com suas mãos a me desenhar/
A pele do corpo/
Num tempo que não sei precisar/
Sob sua voz no vento/
A sussurar /
Um desejo num silêncio/
Desperta a se desgovernar/
Quando tua essência infusiva/
Ascende no ar/
Como chuva na terra seca/
Entranha a acender a libido/
Aflorando da intimidade o essencial/
A enlouquecer os sentidos/
A me fazer depender da tua necessidade/
Me viciado como visgo/
A me prender e nutrir numa vontade anormal/
Fazer amor contigo/
Numa simbiose de pele na pele/
Num entra e sai/
De boca na boca/
De um querer/
Que inunda os corpos/
Despedindo as roupas/
Unindo-nos em uma emoção/
Cujo coração há de perguntar/
Algo cuja resposta/
Deixará a razão letárgica/
Num estágio, entre sentir/
A loucura e apreciar/
Só eu e você/
Leves a valsar/
Num voo sem nos limitar/
Surtando no espaço/
Gemidos de um sentimento/
Que só de olhar/
Não se podia imaginar/