De que esperas?

De que esperas?

Que o tempo

Abrande

Nas tuas asas

Da liberdade?

Que não se rasgue

No movimento

A pouca frescura

Que te resta?

Que a ternura

Que te dedico

Se anestesie

Numa fresta

Em sentimento?

Que adie

O inadiável futuro

Sempre indeciso

E infinito

De quem nunca

Sabe

O que quer?

Como é boa

A liberdade

De quem voa

Para onde bem

Entende

Quem não se vende

Ao pensamento

E se confunde

Porque quer

Que Feliz

Eu ser

Decidida

No meu querer

Ou mais ainda

No que não quero

Quando o coração

Me diz

Também

Pensando bem

Eu que acreditei

Perdida

Sem ver

Como ninguém

Como no jogo

Da cabra cega

Das palavras

Por entre o silêncio

Onde o vento

Ainda as carrega

O que espero

Mais além?

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 14/08/2023
Código do texto: T7861208
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