De que esperas?
De que esperas?
Que o tempo
Abrande
Nas tuas asas
Da liberdade?
Que não se rasgue
No movimento
A pouca frescura
Que te resta?
Que a ternura
Que te dedico
Se anestesie
Numa fresta
Em sentimento?
Que adie
O inadiável futuro
Sempre indeciso
E infinito
De quem nunca
Sabe
O que quer?
Como é boa
A liberdade
De quem voa
Para onde bem
Entende
Quem não se vende
Ao pensamento
E se confunde
Porque quer
Que Feliz
Eu ser
Decidida
No meu querer
Ou mais ainda
No que não quero
Quando o coração
Me diz
Também
Pensando bem
Eu que acreditei
Perdida
Sem ver
Como ninguém
Como no jogo
Da cabra cega
Das palavras
Por entre o silêncio
Onde o vento
Ainda as carrega
O que espero
Mais além?
Luísa Rafael
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Porto, Portugal