Para Ana
Misteriosa como a lua
Seu olhar esconde mil segredos
Alterna suas fases (humores)
De cheia, eufórica
Para crescente, reflexiva
Minguante, introspectiva
Nova, ausente
A noite é sua casa
Sussurra poemas às estrelas
Ilumina com sutileza as árvores que habitam as florestas caladas
Seu reflexo no mar a projetar
Sua alma plácida
Diluída nas espumas brancas das ondas a arrebentar
Mas não se iluda
É apenas sua projeção
Não é possível te acessar,
Talvez os mais mansos, os que pisam com leveza, possam um dia lhe tocar
Até lá, segue em silêncio, auspiciosa
Esperando alguém que um dia possa lhe desvendar