Esta minha metade

Calada

Com flores, enfeitada

Face...

Rumores, desdenha

Da outra face, escassa.

Metade que mente

Não sente

Indecente...

Que pretende 

Faz de mim,  o que quer

Como uma máscara 

Tortura a mente.

Uma face que nao

Verte lágrima,  taciturna. 

Moldura  da alma.

Que corrói  o corpo ,

Envelhece...

Com farpas, cicatriz.

Metade da minha face

É  noturna,  soturna 

Embevecida e murcha.

Sem raiz

Sem um sorriso

Sem destino

Metade falsa de mim.

Na dualidade  do ser,

Sou poesia onde me

Escondo

Ao prazer do sol 

nem uma letra caída 

Sou infinita

Esta  metade que

Sobressai  diz o

Que não se cala,

A farsa.

Sou metade anjo,

Asa partida.

Metade flores de plástico

Que fica,

Iludida flor 

e

Entristecida. 

Metade de mim

Tem uma força, 

Uma leoa ,

A outra?

Arrefece e num

Quarto escuro 

Fica. 

Se pronuncia flor

Nascida.

 

 

Ana Pujol
Enviado por Ana Pujol em 11/08/2023
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