FRAGMENTOS.
Não falo mais de ti,
És folha que murchou
e caiu no esquecimento
das matas fechadas.
O sol que brilhava
Nos cristalinos dentes
Não mais reflete resplendor
Nas tardes fechadas.
Miro agora neste imortal
Instante, um sol indeciso
Que arreda as nuvens
Para morar por detrás dos olhos.
Não és mais o pingo
Que cai na boca seca.
Nem a semente que outrora
Fez nascer meus dias.
Sou pombo que voa
Em plena enseada,
Sou asas que tocam
O hino do amor.
E neste ir e vir do destino,
Me sinto um menino,
Que se tornou um peregrino
Do campo do amor.