a dor em miudos
A dor, se em minúcias exprimida,
É represamento que se não desfaz,
Pele retendo o vasto na pequenez,
O sol longe, recusa-se a estar perto,
Braço inteiro intuído, vaga-lume fugaz,
Muro, falange, sinais do sofrer disperso.
Se em partes ínfimas eu a desvelasse,
Muralha ergueria, intransponível e firme,
Epiderme aprisionando o ímpeto efêmero,
A expansão do imenso em momento mínimo,
Sol distante, permanente inacessível,
Membro completo, vaga-lume em vislumbre,
Muro, falange, defesas irrevogáveis.
Assim, a dor se manifesta e se esconde,
Revelando-se em paradoxos e nuances,
Em sua essência complexa e indecifrável,
Uma constante busca por sentidos,
Entre o pequeno e o imenso, o perto e o longe,
A dor persiste, em suas formas intrincadas,
Um enigma, um desafio, um mistério.