o verde
No verde da folha do milho esmeralda,
E no verde da goiaba, será o mesmo tom?
E que dizer do verde que não se acalma,
Do grilo, o "Esperança", na Bahia, é o som.
Verde é o mar em sua vastidão de encanto,
Verde é a mocinha, em sua ingenuidade,
Que beleza é essa que se esconde tanto?
No verde ela floresce, na sinceridade.
Oh, que sonhos habitam o verde intenso,
Que inunda as formas e faz pulsar o ser?
Nesse matiz, a beleza encontra o seu senso,
E se deixa abraçar, se deixa envolver.
Gosto do verde, fruta e vida a pulsar,
Na casca, no miolo, a essência a girar,
No verde, a mesma fruta, a se questionar,
Sem saber seu destino, só o futuro a esperar.
Assim como a vida, que amadurece e muda,
Tirando cores, mas trazendo luz ao fundo,
Na jornada verde, cada alma se escuda,
E o verde nos guia, com seu encanto profundo.
Que a vida seja um verde eterno e puro,
Sem a noite que apaga, o desalento obscuro,
O verde da folha do milho
É o verde da folha de goiaba?
E o que falar do verde
Do grilo, que alguns, no
Estado da Bahia chamam
Esperança! ...
E o verde do mar,
E o verde da mocinha
Que ainda não sabe de nada...
E que é bela por causa disso.
Que sua beleza vem desse
Verde que ainda lhe exala?
Que espécie de sonho
Vive as coisas bonitas
Que se deixam inundar
Desse verde?...
Gosto de verde, como gosto
De fruta verde,
Dessas frutas que o verde
Não está somente na casca
mas no miolo, na intimidade
da fruta...
A mesma fruta verde
Que não sabe de seu destino.
Não sabe que algo
Vem lhe amadurecer,
lhe tirar sua cor.
Porque algo da vida
Lhe precisa assim...
A vida deveria ser toda verde
Sem o apodrecimento da noite
Ou das coisas que não tem cheiro