boca de vida - revisado

Ao tocar teu corpo, o mergulho

é num lago cristalino, que o fogo

criou para se aliviar quando breve.

Vejo todas janelas imaginadas,

que além delas o prazer

é uma vertigem que destrona

às mortes que nos congela a pele.

É de mel, de voz bronzeada,

de cheiro que afunda como brasa,

onde dos poros, o incêndio

de carne, derretem os passos

tumultuados que a direção descansa.

Eu me torno um homem da floresta,

um carregador de pedra, choro

pelas árvores tão altas,

que olha para um céu de ouro,

mas que prende-se mais na terra.

Meu corpo é uma semente, o bicho

que treme na gulodice do amor.

Torno-me uma boca com dente,

que ferve em azeite quente

e aprende a perfurar as eras que nos cegaram.

Para me tornar a fome e também comida.

Então, nos meus braços, sei que é

mais do que vejo, então grito que não

fui, o que serei, pois agora tenho

me devorando, sua boca de vida