OLHOS DA POESIA

Autora: Regilene Rodrigues Neves

O verso é triste sem rima

No tempo o silencio...

As palavras se fecham numa cortina

De sentimentos obtusos

O devaneio passa longínquo

O corpo

Resvala-se no vão da alma

O corpo jogado

A mente ausente

O cenário triste

No abandono

De um quadro

Uma mulher

Em beleza frágil

Sentencia sua dor

A lembrança

Escapa em flores

De margaridas colhidas

Na tentativa

De ofertar sonhos

A saudade do amado...

As paredes são mórbidas

As teias de aranha

Invadem o tempo...

Tentando apagar

A memória

Os pensamentos furtivos

Que aquecem a meiguice...

Cerca a imaginação

O pintor e a poesia

De uma relação intrínseca

Escorre um pingo da tinta

No papel do poeta...

A mistura

É um matiz abstrato

Mas cuja vida se alimenta

Nas margaridas

A pintura ainda molhada

Das lagrimas da emoção da poesia

Cria-se um elo

A alma em profusão da imagem

Retrata o mensageiro

Que trás amor

E recordações...

O cenário é tecido

Nas paredes velhas

Na jovem de traços puros e saudosos...

No abandono

Ainda presente nas margaridas

Colhidas para entrega da alma

Do amor e da poesia...

Criada em 08/12/2004