Sou um poema

Inacabado

Jogado ao vento

Um desalento...

Perdido,  sem tino,

Ao frio, 

Encolhido num canto

Ja sem encanto

Devidamente escondido

Da luz, Reluzente

E propício. ..

Um arrebol sem fim. 

Tecido a sangue.

Porque fui uma

Tristeza pungente,

Soturna... 

Descabido de alegria,

Maravilha...

Surgi de uma lágrima

Vertida.

Mãos trêmulas  me

Criaram, parida...

E porque nao fui

Criança,  sem 

Nenhuma aliança, 

Não me ergui, nem

Brotei...

Sina minha.

Numa folha qualquer

Deitada e sofrida,

Ainda resisto.

Palavra jogada,

Uma vez só.

É  o bastante para

Se criar poesia.

Inacabado poema,

Sem força,  mas

Com um  laço eterno

Do destino.

 

 

 

 

 

 

Ana Pujol
Enviado por Ana Pujol em 09/08/2023
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