Viajante
distante, o tempo persiste
na incessante mente
do coração viajante
que de instantes consiste.
o passado, perdido semblante
é o horizonte prometido,
que, após desvendado,
é parada sempre adiante.
a procura de algo errante
que, como água, se difunde:
o amado é um ser inconstante
que, entre amantes, se confunde.
e ainda que não se aprofunde
no afeto arfante e abatido,
onde a solidão se esconde
reside um querer infinito.
não há entrave ou divisão
que o amor, itinerante
já não tenha transgredido.
a viagem é o destino:
do amargor da desilusão
virá pouso em novo abrigo.