Viajante

distante, o tempo persiste

na incessante mente

do coração viajante

que de instantes consiste.

o passado, perdido semblante

é o horizonte prometido,

que, após desvendado,

é parada sempre adiante.

a procura de algo errante

que, como água, se difunde:

o amado é um ser inconstante

que, entre amantes, se confunde.

e ainda que não se aprofunde

no afeto arfante e abatido,

onde a solidão se esconde

reside um querer infinito.

não há entrave ou divisão

que o amor, itinerante

já não tenha transgredido.

a viagem é o destino:

do amargor da desilusão

virá pouso em novo abrigo.

pedro toscan
Enviado por pedro toscan em 09/08/2023
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