Semiótica dos jacarandás
Perto da minha casa tinha um jacarandá.
Me lembro de uma vez que fiz uma prece...
Não havia altar nem velas, só o jacarandá e um formigueiro.
Na minha escola havia vários jacarandás.
Naquele tempo eu nem namorava...
De lá pra cá eu me vi entre jacarandás esculpidos em alemão,
Mármore branco e barroco cozido...
Na minha infância não havia arte.
Nem mármore, nem estalas de jacarandá.
Mas na casa de minha vó, à noite sentados no chão,
Enquanto se debulhava o milho,
Eu fazia aviõezinhos com sabugos,
As mulheres rezavam em coro
E o mistério entrava em meus ouvidos.