Morro-"me"
Dizem que não "morre-se",
Posto que morrer não é verbo reflexivo.
Entretanto morro-me,
Ante a largueza de minhas bordas infinitas
Onde naufrago e transbordo,
Bem açucaradinha.
Morro-me molemente
Perante delírios que escolho,
Sendo sal da terra, sendo nau a deriva,
E deparo-me com duas mortes:
A que me mata
A que me morro.
Ambas, solenes, não me findam.