ecos

lembranças que ecoam

reverberando no presente

criando revoluções peito adentro

devorando milímetro a milímetro

forjando abismos

e traçando pontes intransponíveis

reconstruir, dia a dia

coisas que me foram roubadas

só me restando a sensação distante

de que um dia as possuí

e reconstruir a todo instante

as coisas que eu mesma me roubei

permitir que as lembranças passem

sem que eu seja tocada por elas

e buscar tocar o mundo

— ser tocada de volta

abrir caminhos a força

— caso não se abram sozinhos

rasgar-me e revirar-me

remexer nas entranhas, veios e órgãos

na busca pelo fôlego da vida

para ser capaz de criar memórias que moldam

não apenas lembranças que ecoam

Suzane S Ângelo
Enviado por Suzane S Ângelo em 06/08/2023
Código do texto: T7855139
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