O amor nos tempos do Brasil Colonial
Num tempo ido, em terra virgem e nova,
O amor nasceu, qual semente a germinar,
Sob o olhar tímido da lua prateada,
Que espiava em silêncio o apaixonar.
No solo selvagem, o coração desabrocha,
Desbravando o ímpeto das almas em busca,
Das entranhas da natureza, afloram afetos,
Em tramas de amores que a floresta cruza.
Apaixonados vagam por matas sombrias,
Trilhando veredas que o destino escolheu,
Em meio a serenatas de pássaros em coro,
Cantam suas preces aos céus que acolheu.
No embalo das águas doces dos rios correntes,
Refletem-se olhares de ardentes desejos,
Nas margens perfumadas de flores silvestres,
Unem-se corpos em abraços serenos.
Ao brilho do Sol, a paixão se revela,
Ecos de suspiros preenchem o ar,
Enquanto a brisa morna acaricia os rostos,
Os corações entrelaçados a palpitar.
E nessa terra virgem, no raiar da aurora,
O amor se entrelaça à história do além,
Um legado de afeto, que perdura agora,
E ecoa nos cantos do tempo, também.
Assim, no Quinhentismo do nosso passado,
O amor brotou como uma chama a arder,
E até hoje em nossos corações guardado,
Em versos e prosas, seu legado há de viver.