fruta mais doce
Sua anca de carne envolta na penumbra da memória,
e a ela, sou devoto, um carneiro, um ponte que
atravessa um rio virulento.
o coice é violento, pois os coices são violentos quando
Na flor da ternura a violência torna o quarto escuro,
E seus braços encontram os meus, e deles, o coração
Entende que na terra fértil a vida se prepara para
Fabricar uma flor. Homens enfileirados se jogam
de precipícios e no caminho de sua queda aprendem
Que algum signo, mesmo na queda, lhe pergunta:
Onde pôs sua pasta de sapato, sua escova de dente
Que fabricam brilhos e que forjam as pernas à
andar sobre as águas. Sou desses que escreve
Do delírio um novo delírio que nos apresenta mais
lúcido diante de um mundo tão crepuscular, onde
a sombra já atravessa a rua e as teias imemoriais,
de desertos e abrigo, onde a chuva é imaginação
e um homem morre quando seu nome é jogado no fogo do candelabro,
eu posso, como pode, se a vida é tão larga e sua nadadeiras
são pesadas de lamas e suas caminho não existe,
salvo, quando se começa a andar..
ainda assim, escuto a onda da minha estrada
azul, que com unhas de marfim que cravam as costas
do escravo em troca de um grito de prazer.
Desce até os pés, da cabeça aos pés nos
defrontando com o horizonte que não cessa
de ser horizonte. Se somos presos, porque
Existe a poesia, também há a canoa que
Junto a um amigo descem a correnteza.
No final, não sabemos do amigo, sequer
da viagem, apenas a roupa bem passada
na gaveta do armário embutido, o mesmo quarto,
sabemos do sol e ouvimos falar das estrelas que a luz corre por entre os dedos,
é que a vontade de beijar a sua boca
E soletrar sua nudez é saber que algum
deus está grudado na pele de suas costas.
quando se sabe que suas casa já não existe
a violência é a fruta mais doce desse pomar.