Sete

Sete, como são sete os pecados

Sete nomes do passado

Que se fala e se repete

Entre os sonhos não listados

E um murmuro alucinado

Mais um dia e outros sete

Sete, como são sete dias das semanas

Sete chaves de uma cabana

Trancada por um bilhete

Um adeus dito com palavras tiranas

E raiva do coração de porcelana

Mais uma queda e outras sete

Sete, como são sete arcanjos e virtudes

Sete pares de mãos pela saúde

Rezando que não fique inerte

Sob o crivo dos momentos mais rudes

E torturando a si tão amiúde

Mais um sonho e outros sete

Sete, como são sete artes sagradas

Sete de quem não tem mais nada

E se apega a qualquer manchete

Passagem contando as madrugadas

E no túnel nenhuma rota iluminada

Mais uma noite e outras sete

Sete, como são sete ancestrais linhas

Sete estrelas de uma terra vizinha

Além do horizonte em que reflete

À espera do mar arrastar almas sozinhas

Para repousar ao colo da bela rainha

Mais um choro e outros sete

Sete, como são sete notas musicais

Setes anos para mudar afinal

Mesmo assim precisa do intérprete

Para entender todos os sinais

E numa música se sentir real

Mais uma dança e outras sete

Sete, como em sete as perfeições

Sete dias sob minha constelação

O dia em que tudo se remete

Ao vento através das minhas criações

E outra vez o destino na minha mão

Mais um ano e outros sete

João V Zibetti
Enviado por João V Zibetti em 05/08/2023
Código do texto: T7854139
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