Olho-te bem devagar,

Olho-te bem devagar,

Invado tua privacidade com o olhar.

Há sempre uma verdade a ser descoberta,

uma porta fechada, uma janela entreaberta,

uma luz apagada e um brilho pela fresta.

Preciso desvendar detalhes,

essências que de ti me falem,

tocar os teus limites

e até onde me concedas

desbravar o que omites,

o que não deixas transparecer

Trocarmos olhares,

nos permitirmos ver,

Tatear o que me escondes,

preencher as tuas pausas,

compreender as tuas causas,

ver-te perfeito entre os amores,

aceitar teu modo de ser,

Calar-me junto contigo

se assim se fizer preciso

e no silêncio da resposta

descobrir o que sentes,

e o que sinto...

E por mais alto que se encontre

tua velada inquietude

e meus braços não puderem alcançar,

minha alma alcançará

ao olhar-te bem devagar

em tua magnitude.

Antonio Pizarro

Dom Galaz
Enviado por Dom Galaz em 04/08/2023
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