CORPOS ÉBRIOS
Corpos ébrios por todos os cantos,
Espalhados pela cidade, em bares, em lares,
Acoados dentro de falsas liberdades,
Infelizes, jogados, largados, solitários...
Em prantos!
Tantos corações embreagados,
Uns de álcool, outros de mágoa, alguns de dor,
Embreagados pela loucura do amor...
Aliás, pleonasmo...
Todo amante é um louco viciado
Que vive cambaleando,
Talvez sem rumo e sem direção,
Talvez cambaleando na contramão,
São poucos os que experimentam o doce,
Muitos ficam apenas com o gosto amargo,
Há tantos corações embreagados...
Corpos ébrios em todos os cantos,
Vestidos pelo o manto da insanidade,
Entorpecidos por encantos,
Máscarando a verdade,
Entorpecidos para se alegrar,
Entorpecidos para esquecer,
Alguns, bêbados de insônia,
Outros, bêbados de prazer.
Tem quem beba por ter algo a dizer,
Palavras que o eu sóbrio não diria,
Tem quem chame de ousadia,
Tem quem chame de covardia.
Muitos bebem para esconder,
Querendo afogar o coração
Já encharcado de ilusão,
Embreagado de lágrimas, de saudade,
Cambaleando pela cidade,
Em cada caso, um descaso e um acaso,
Vejo bêbados por todos os lados.
Tem gente se embedando de canções para seu próprio acalanto,
Tem corpos ébrios por todos os cantos.