Fulgor
Foi num relâmpago que vislumbrei
Carimbo do paraíso na minha mente
Entre loucura, realidade... não sei
Fui tatuado com uma vontade urgente
Ingenuidade do julgo de inofensivo e fugaz
Quando fecho os olhos, imagens teimam em me lembrar
Da sua capacidade de tirar a minha paz
Hoje, seus efeitos, não sou capaz de controlar
Pois aquela luz me transpassou como uma seta
E radioativa transformou minha energia
E de definhando a quase finado poeta
Sinto meus poros transpirarem poesia
E cada curva me remete a uma parte do seu corpo
Como a órbita circular de um desejo denso
Já são voláteis sinapses com um poeta morto
Pois vivo e, se respiro, é só em você que eu penso
E se nada me trazia expectativas do futuro
Julgava meu epílogo em cinzas, consumido pelo fogo
O eco do seu clarão não me deixa conhecer o escuro
Maravilhosa musa decreta: “Fênix volte para o jogo!”
Voar num mundo novo dá um frio na barriga,
Mas o universo submete-se a um coração em brasa
Desprezar o chão, uma força poderosa me obriga
Esqueço o medo e sinto o vento, abrindo minhas asas