Claritudo
Do seio do estupro e da devassidão,
Nasce – já morta talvez – a flor
Lírica e bela do Leste: Clarice!
Nascera clara em meio a escuridão,
Esta, inseparável companheira, faz-se-lhe tão incandescente.
Onde te encontrar,
Se quanto mais te perscruto
Menos te vejo?
Nos destroços ou espólios de guerra?
Esfinge.
Bacante errante ensina-me
Os rodopios doidos dos homens loucos
Que semeiam o vento?
Ergo-me como folha leve,
Que flutua, e, tanto mais o teu sopro encontra
Repouso nas velas de minha mente,
Torno-me pesado e material.
De ar gélido e denso,
Encontraste, no Sul, o calor
Que lhe pôs a alma
A sambar em carnavais de mistério.
Apesar de criar-se sobre pedra,
Fraterna de uma promessa divina,
Soubeste tão bem tocar a nossa alma decaída,
Dela rir e enternecer-se.
Que mais posso desejar de ti?
Nada, nada: e do nada, faz-se tudo