Não muito distante…
Não muito distante…
Ema Machado
Nunca consegui me ver
Pelas lentes de teu olhar
Mas o medo de te perder
Cegou-me, via o tempo nublar
Olhei horizontes, sem você
Não conseguia ir muito longe
Mas em cada amanhecer
Entre nós a harmonia, era cada vez mais distante
Tornei-me conchinha
Afastei-me das ondas
Via, a praia não era minha
Nela, o mar beijava outras tantas
Deixei-me levar pelas marolas
Fui ao fundo, bebi o sal das águas
E no peso que elas tinham
Vi-me quase esfacelada
Certo momento, ao buscar-me em teu olhar
Vi, já não tinha importância
Eras a ave de rapina
Eu, a presa perfeita para lhe saciar
Reuni forças, fugi de ti e de mim
Aquela cruel dependência
Foi difícil destruir
Hoje, olho o horizonte
Não me parece tão distante
A felicidade mora ali
Sigo adiante…