Máscaras
Vejo tanta gente e não vejo nada
Prefiro as flores e os jardins da estrada
Os animais que passeiam vagarosamente
Brincando feito crianças inocentes
Os pássaros que cantam sem parar
E seus cantos vêm me encantar
Mas não, tem tanta gente
Em que não encontro sentido
Perdidos no vazio de vidas vazias
Sem inspiração a uma poesia
São tão supérfluos no jeito de falar
Tão mascarados no jeito de amar
Não mostram sua face
E desviam seu olhar
A alma não reluz a verdade
Mas querem a impor na realidade
Tão vaga, tão escura de empatia
Prefiro distância dessa monotonia
De fingir o que não sou
Para viver o que não sei
Se meu rosto eu sempre mostrei
Tão cheio de defeitos, mas vontade de mudar
Sem lágrimas no olhar
Sedenta de amor e de amar
E eu me encontro a devanear
Com a beleza da transparência
De tantos outros ao meu redor
Que lutam por um mundo melhor
E por um coração com mais sentido
E eu sinto algo parecido
Posso sentir a vibração
Nos olhares, mesmo na multidão
Pulsam verdade e emoção
As máscaras deles foram abandonadas
No começo daquela estrada
E hoje, são mais do que falsidade
Vivem na generosidade
Do amor e da caridade