delirando o coraçao
No calcâneo foi deixado um amor
Não indexado, nesses que venta na primeira
Parte da manhã, quando as têmporas dos
Blocos carnavalescos ainda decoram suas marchas.
Ainda não sabemos pular carnaval quanto
Mais do amor, que exige das bordas dos abismos
Um piso menos escorregadio, demoramos a
Ter pernas de avestruz que pisa no barro sem
Sem sujar seu avental, a memória é uma
Máquina de moer os dias sem sol, e faz
Da chuva a melhor opção para aqueles
Que tem guarda-chuvas, mas suas mãos
Não suporta o vento que precede os trovões,
Hoje essa mulher senta do meu lado, me
Mostra uma foto, onde apareço com cara
De menino e seu rosto já está entendiado,
Na formatura do segundo grau, parece
que só amamos com um prego ensandecido
delirando o coração