raízes de flores não entram em pedra ¨*
Nas frestas íngremes, desafia a sorte, A flor singela, que busca a luz do dia, Em meio à dureza, persiste sem norte, Desponta, brava e bela, na poesia.
Na rudeza das pedras, ela se encontra, Trazendo vida aonde parecia ausente, Em cada verso, sua essência desponta, E na palavra escrita, torna-se presente.
São versos livres, soltos ao vento, Como pétalas que dançam na brisa, A poesia encontra seu alento, Em cada estrofe, renasce e desliza.
E a flor, mesmo na aridez do caminho, Encontra voz, resplandece na prosa, Tecendo versos, transforma o espinho, Em doce melodia, serena e grandiosa.
Mas toda flor, um dia, tem seu fim, A vida efêmera, num ciclo a se completar, A poesia, então, chora em seu jardim, Pois a flor é morta, e não mais irá brotar.
Seus pés não entram em pedra ou concreto, Mas sua essência, nos versos, viverá, A flor, em poesia, encontra o seu afeto, E, eternamente, em palavras florescerá.