MEMORIAS DESTA MANHÃ.
Farei um túmulo de bronze
Para acomodar meus silêncios.
Quero guardar para mim
As expectativas que apodrecem
Nas mãos de tantos.
O Estado é um verme
Que deita na cova das incertezas
Os que habitam sua carne.
Não possuímos pernas para chutar
A bola para a linha de fundo,
O sonhado gol é quimera.
Vejo um homem anoitecido
Revirar uma lixeira no coração
da metrópole em plena manhã de domingo.
Por ele senti a dor da chinelada do estado,
Seus olhos eram duas bolas
Mirando papéis e desilusões.
Não vou ter êxito num forte grito
Fui amassado pelo pútrefo bafo
Que o Estado derrama na nossa
Alma. Não somos mais seres cordiais.
O sangue do Estado corre nas nossas
Veias e atinge o coração.
Já perdemos as células sensitivas,
Nossa epiderme estão nuas.
O coletivo segue seu destino,
Um homem anoitecido cavuca
A vergonha da pátria.
Sua necessidade resvala na minha ires,
Sufoca meu dia. Hoje não será domingo,
Será um dia de guerra.
Passarei o dia de espada, e lanças,
Tentando acordar as consciências.