MEMORIAS DESTA MANHÃ.

Farei um túmulo de bronze

Para acomodar meus silêncios.

Quero guardar para mim

As expectativas que apodrecem

Nas mãos de tantos.

O Estado é um verme

Que deita na cova das incertezas

Os que habitam sua carne.

Não possuímos pernas para chutar

A bola para a linha de fundo,

O sonhado gol é quimera.

Vejo um homem anoitecido

Revirar uma lixeira no coração

da metrópole em plena manhã de domingo.

Por ele senti a dor da chinelada do estado,

Seus olhos eram duas bolas

Mirando papéis e desilusões.

Não vou ter êxito num forte grito

Fui amassado pelo pútrefo bafo

Que o Estado derrama na nossa

Alma. Não somos mais seres cordiais.

O sangue do Estado corre nas nossas

Veias e atinge o coração.

Já perdemos as células sensitivas,

Nossa epiderme estão nuas.

O coletivo segue seu destino,

Um homem anoitecido cavuca

A vergonha da pátria.

Sua necessidade resvala na minha ires,

Sufoca meu dia. Hoje não será domingo,

Será um dia de guerra.

Passarei o dia de espada, e lanças,

Tentando acordar as consciências.

Divino Ângelo Rola
Enviado por Divino Ângelo Rola em 30/07/2023
Reeditado em 22/08/2023
Código do texto: T7849351
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